“FxHash“
A geração de arte por códigos me fascinou no primeiro contato com a FxHash. Eu pouco sabia sobre programação, mas muito me interessava em querer aprender. Afinal, colocar funções matemáticas, lógica, cores, traços e geometrias juntos através de tecnologia para criar arte era a perfeita combinação para uma pessoa como eu. As primeiras tentativas resultaram em projetos simples, pois eu tinha muita dificuldade em programar e sabia pouco como utilizar os recursos da biblioteca p5js, que uso até hoje, mas ao ver que de alguma forma havia um público mostrando interesse no meu trabalho, encontrei tempo e disposição para estudar mais e me exercitar para obter resultados de fato mais atraentes e complexos. Desde então, tenho diversos trabalhos com suas vendas esgotadas, no qual mais de 700 peças já foram mintadas por colecionadores e artistas dos EUA, Europa, Ásia e Brasil.
O INÍCIO
Minha entrada na FxHash foi até que precoce. Minha genesis (Guidelines) tem sua ID #1057 e hoje a plataforma conta com quase 20 mil projetos lançados. Usando como base o tão famoso Flow Field como modelo de desenho e contando com uma imensa mentoria do meu amigo G. Fredo, Guidelines e seu sucessor Connections se revelaram simples ao explorarem pouco a diversidade de resultados que as funções randômicas poderiam trazer. Mesmo com trabalhos limitados, percebi que havia uma preferência artística para uso de cores, traços e movimentos que buscassem padrões orgânicos, ajudando a nortear o desenvolvimento dos próximos trabalhos.
GUIDELINES
rains
O baixo engajamento nas redes sociais e a falta de experiência no dimensionamento de preços e supply contribuíram para que esses projetos não escalassem rápido. Foi quando os conselhos e ajuda de colegas da comunidade Brasileira se mostraram cruciais para conseguir me estabelecer melhor nos trabalhos seguintes. Com a rápida venda de Roots eu consegui chamar alguma atenção nos feeds da comunidade Tezos/FxHash. E as vendas primárias e secundárias continuaram movimentadas em Fibers, Rains e Pulse, até que uma surpresa indesejável bateu na minha porta…
UM EPISÓDIO
DE IMATURIDADE
O ano de 2021 parecia ter terminado com pleno sucesso, mas em janeiro de 2022 uma notícia me derrubou forte: um projeto havia sido denunciado pela plataforma por uso incorreto de licença e direitos autorais. Ao tentar entender o que havia acontecido, percebi que uma atitude imatura minha havia condenado tudo que construí. Por nunca ter trabalhado com nenhum produto comercial na internet, eu pouco sabia sobre como lidar corretamente com direito autoral. Havia usado um modelo de código como base, no qual o proprietário dava liberação para uso comercial, desde que fosse devidamente citado no trabalho e essa última regra, hoje para mim tão óbvia, passou despercebida. Um erro estúpido que custou caro, pois corri o risco de manchar uma imagem que estava sendo construída.
Muitos me sugeriram o caminho mais fácil: “abra outra conta com outro nome, abandone o Kukuti e siga em frente”, disseram. Discordei, pois havia um sentido de honra pelo nome e pelo projeto. Como professor, eu não admitiria me passar por um fraudador sendo que não era. Então a solução seria a mais difícil: reconquistar minha imagem, meu perfil e consertar as coisas. Primeiro busquei conselhos de grandes artistas da plataforma, pedi orientações, esclareci dúvidas. Depois organizei todo o reembolso daquele token que havia de alguma forma lesado colecionadores. Era necessário tentar resgatar um mínimo de confiança deles ou pelo menos da maioria. Então optei por escrever uma carta e enviei a cada colecionador afetado. Através dela, pude esclarecer tudo que havia ocorrido e também avisava que em breve ele receberia seu reembolso.
Felizmente, obtive êxito após todo este processo, que foi muito, muito desgastante. Havia a questão da vergonha, do medo e principalmente da insegurança, pois eu sentia um clima de desconfiança de alguns a meu respeito. Só que graças a boas pessoas, eu encontrei forças para recuperar meu perfil original. Insisti, pois havia um propósito e eu acreditava nele.
A VOLTA POR CIMA
Após toda essa tormenta, eu havia retornado à FxHash com Crayons (um dos meus prediletos) e considero que neste ponto eu havia renascido para algo maior. Me sentia mais preparado para ter uma conduta profissional e levar esse projeto com mais seriedade. Desde então, continuei me aprimorando, enroscando em linhas de código e desafios de lógica que duravam às vezes dias, semanas. Afinal, eu nunca havia feito um curso sequer! Tudo que aprendi veio dos ensinamentos de amigos e da internet. Ainda me considero muito abaixo da média, mas a cada dia que passa uma nova função é aprendida, a linguagem se torna menos estranha, novos truques surgem na manga e isso me estimula a continuar.
ALGUNS EXEMPLOS DA COLEÇÃO CRAYONS
TODA COLEÇÃO DE 'INTRICATE 4X4' (100/100)
